KDE Plasma e keyboard jockeys.
No sétimo FISL, assisti uma palestra sobre uma iniciativa do pessoal do KDE para revolucionar o desktop. Os conceitos apresentados lá foram muito interessantes, comparando o desktop atual no Linux com uma simples cópia do primeiro desktop, lançado há 22 anos pela Apple, com poucos detalhes a mais. O que é um fato visível.
Como alternativa, o palestrante trouxe algumas idéias para tentar aproximar o computador do usuário final: drag-n-drop por todo desktop, eliminação das barras, uma melhor comunicação das informações para o usuário, e alguns detalhes estéticos - como preferência por bordas arredondadas. Tudo em nome da similariedade com o mundo real. Ícones devem ser mais descritivos e dizer o que contém, além das ações que podem ser feitas com ele. Até aí, muito bom, mas não diria que é um desktop que eu utilizaria.
A idéia que ficou no ar, para mim, foi com relação aos objetivos do projeto: é nobre tentar modificar o desktop para torná-lo mais simples de usar, mas há também a usabilidade trazida por outras inovações, que estão sendo feitas em gerenciadores como o Pwm, o Ion, o Ratpoison e o wmii. As idéias destes já evoluíram por um bom tempo, e apresentam até certa maturidade: janelas non-overlapping, gerenciamento de frames, tabs ou até tags em vez de simples workspaces, pouca necessidade de se utilizar o mouse, e várias outras.
Talvez juntar idéias como um desktop mais fácil de usar, mais eye candy e mais plugável, com um sistema de janelas non-overlapping, uma filosofia UNIX para configurar e gerenciar o desktop, e com acessos rápidos via teclado para controlar qualquer função do ambiente, traria uma sinergia muito maior que as simples vantagens das duas abordagens somadas. Este poderia até ser o ambiente gráfico ideal para o Linux: além de atender aos usuários iniciantes e que desejam desktops simples de usar, poderia ser usado também pelos jockeys de teclado; sejam os administradores de sistemas ou apenas experientes usuários, que passaram a dominar a interface gráfica com o tempo e que aumentaram a sua produtividade por conhecê-la melhor.
Uma idéia ambiciosa, mas a tecnologia base já está aí e desenvolvida: é necessário "apenas" colocar a mão na massa e integrar tudo. Só resta saber se é algo viável.
E é isso.